domingo, 15 de abril de 2012

Harry Potter VS Crepúsculo

 

   Você com certeza já ouviu falar em alguns destes filmes pelo menos uma vez na vida, não é verdade? E mais: você já deve tê-los assistido umas vinte vezes em DVD e dez vezes pela TV aberta. Já parou para pensar o que mais te impressiona, cativa e faz com que você espere ardorosamente o próximo filme, mesmo sabendo o que vai acontecer, supondo que você já leu as obras de J.K. Rowling e Stephen Meyer?          Provavelmente não, uma vez que você é um verdadeiro apaixonado por estórias cheias de clichês sem se importar em quantas vezes ele reaparece na tela do cinema e/ou televisão.
   Atualmente, as últimas produções cinematográficas das autoras já citadas têm sido a febre mundial do público jovem e conquistado legiões de fãs por onde passa, mas, como sabem, nem tudo são flores e os defeitos nelas encontradas fazem com que um olhar mais atento fique cego ao deparar-se com tanta "inovação". O exemplo clássico do maior clichê já encontrado se encontra na saga Crepúsculo: desde tempos remotos, aonde o homem ainda sonhava com a imagem da mulher ideal, surge a heroína perfeita: sincera, casta, submissa, tímida, imprudente em relação a paixão, abnegada, etc.
Porém, o Edward, é ainda mais romântico do que ela, e ainda mais romântico e causa de crises de vômito e falta de apetite é o enredo no qual eles estão inseridos: o filme narra a trajetória de uma adolescente de 17 anos, com pais divorciados, mal compreendida, e virgem, à espera do homem perfeito (o que é esperto da parte da autora, uma vez que a maioria das mulheres que possuem qualquer tipo de insegurança em relação à si mesmas, identificam-se com a narrativa), que conhece o Edward Cullen, um vampiro estranhamente anormal, pois não entra em combustação em contato com a luz solar, brilhando ao invés disso, se alimenta do sangue de animais e é capaz de se apaixonar por uma presa.
   Quem realmente adora esse filme é o público feminino, pois derramam rios de lágrimas ao ver a indecisão de Edward Cullen com relação a Isabella Swann, se deve ou não transformá-la em vampira. O famoso triângulo amoroso talvez seja o pior de todos já usado na história da ficção romântica anormal mundial, porque não precisa ser nenhum gênio da lâmpada para saber que a heroína terminará sempre com o herói.
Independente do que ele venha a ser ou é, o terceiro neste triângulo não passa de uma segunda opção temporária caso a primeira não seja a melhor.
   A J.K. Rowling fez exatamente o contrário: ao invés de colocar um casal tosco lutando para ser feliz, pôs um trio de amigos combatendo o Mal para tentar ser, um dia, felizes com o que dá. Bem o oposto de Crepúsculo, Harry Potter não cria um triângulo amoroso aonde a mocinha é disputada por dois homens sarados, visto que, em primeiro lugar, o protagonista é o próprio Harry Potter e, por conta disso, Hermione Granger não passa de uma secundária, consequentemente, se não há triângulo amoroso, Rony Weasley é um tremendo tapado. No trio, Harry casa-se com Gina Weasley (uma personagem que mal aparece na história), e Rony com Hermione, e os quatro são amigos para sempre {casados}.
   Mesmo assim, a obra é um sucesso por sua singularidade, havendo uma ligação fortíssima entre o mocinho e o vilão da história, Tom Riddle, que nos remete ao clássico Star Wars, onde o vilão Darth Vader - atente ao spoiller - também possuía uma conexão com o mocinho, sendo pai de Luke Skywalker - diferentemente desta, a conexão é ainda mais forte entre Harry e Voldemort, uma vez que estão ligados pela alma. Tal vínculo finda-se com o próprio Voldemort aniquilando a parte de sua alma que jazia no interior de Harry, sem ao menos se dar conta disso. A história é rica em análise psicológica, diferenciando-se de clichês onde o protagonista geralmente não tem nada a ver com o vilão e mesmo assim eles se odeiam mutuamente sem nenhum motivo fundamental além da necessidade de haver um conflito entre protagonista e antagonista para entreter o telespectador durante algum tempo. Além disso, sua particularidade está no fato de um personagem por nome Alvo Dumbledore ser muito mais calculista que o Lorde das Trevas, haja vista que o diretor de Hogwarts prepara minuciosamente a derrota do inimigo do Mundo Bruxo, ao preparar em Harry Potter a qualidade da abnegação de sua própria vida por um Bem Maior. O resultado dessa abnegação foi a recompensa se ver livre da malignidade de Voldemort dentro de si e, acima de tudo, acabar por destruí-lo (Obs.: A ignorância de Voldemort o destruiu).

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