Hannibal Lecter.
Psiquiatra renomado;
Apreciador de música clássica, artes plásticas e ávido leitor;
Exímio culinarista;
Amigo de confiança;
canibal psicopata.
Apreciador de música clássica, artes plásticas e ávido leitor;
Exímio culinarista;
Amigo de confiança;
canibal psicopata.
Algumas das características do famoso Hannibal, por todos admirado e respeitado... ou pelo menos essa é a opinião dos que conheceram Lecter e permaneceram vivos.
Em 2013, a NBC estreou a
série “Hannibal”, baseada nas obras de Thomas Harris sobre o doutor canibal
mais famoso da literatura norte-americana. Apesar da baixa audiência nos EUA, o
show apresenta-se com uma qualidade altíssima de roteiro, adaptação,
fotografia, trilha sonora e atuação.
Os produtores da série foram
bastante corajosos em fazer uma releitura dos clássicos filmes dirigidos por
Ridley Scott, Brett Ratner, Jonathan Demme, onde o doutor é interpretado pelo
vencedor do Oscar de Melhor Ator Sir
Anthony Hopkins (The Silence of the Lambs),
o que já por si só é um feito e tanto, uma vez que aventurar-se na área do
remake é algo perigoso: ou se cai na cópia, ou desrespeita todo o trabalho
anterior a ponto de torná-lo irreconhecível (vide Hannibal: A Origem do Mal.)
A Origem do Mal destrói a
psicopatia do personagem, uma vez que para ser um psicopata, é necessária a
ausência de sentimentos ou qualquer tipo de vínculo emocional que o faça
fraquejar. Em outras palavras, um psicopata não se TORNA um psicopata, ele o é
por natureza. Só isso basta para dizer que Hannibal
Rising retirou a essência do doutor, já que o vemos motivado por desejos
vingativos por causa de sua irmãzinha de cabelos dourados. Thomas Harris tentou
encontrar motivos para explicar as atitudes e assim justificar Hannibal,
dando-nos a origem de todos os males que cercam a vida adulta de Lecter,
falhando miseravelmente. Aliás, traindo-se miseravelmente (já que as obras
literárias foram escritas por ele). Preciso destacar a péssima atuação de
Gaspard Ulliel como o jovem Hannibal, atribuindo-a o adjetivo de pavorosa. Ou
melhor... nem precisa-se destacar, é visível.
A série da NBC possui
ganchos com os filmes clássicos, capazes de encher os olhos dos telespectadores
mais atentos com análises psicológicas, diálogos bem construídos e recorrentes,
marcando a personalidade dos personagens, nos fazendo acreditar que eles
realmente existiram e possuem aquelas opiniões acerca da filosofia, teologia e
da ciência.
É interessante notar que não
presenciamos, inicialmente, o doutor Lecter assassinando e alimentando-se de
carne humana, para efeito do telespectador simpatizar com o homem que é, aos
poucos, construído nas telas. A relação de Will Graham com o psiquiatra e amigo também é construída aos poucos,
baseando-se primeiramente em algo profissional, até que vemos que, afinal, eles
são deveras parecidos e ao mesmo tempo possuem conceitos distintos no modo de
agir e pensar. Como no filme Red Dragon,
em que há uma cumplicidade entre os personagens na resolução dos casos
criminais, vemos essa recorrência na série, onde Lecter (como psiquiatra e
conselheiro) participa ativamente das investigações ao mesmo tempo que faz isso,
está por trás dos principais eventos que movem a história.
O telespectador, entretanto,
é o único que sabe das atrocidades cometidas pelo irrepreensível profissional,
isso acaba tornando-o cúmplice e testemunha ocular dos fatos, porém, com a
diferença, de que ele não pode se manifestar contra nem a favor do criminoso.
Por essas razões todos
deveriam aceitar o convite e entregar-se à loucura proposta pela trama.
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