domingo, 3 de agosto de 2014

SINOPSE DA SEGUNDA EDIÇÃO DE A PROSTITUTA É DIVULGADA

Com exclusividade aqui no Que a Verdade Seja Dita sai a sinopse da segunda edição de A Prostituta feita pelo atuário David Cavalcante da Universidade Federal da Paraíba.
Vamos conferir!

"No calçadão de um dos bairros mais pobres do Rio Janeiro, Janys prepara-se para mais um ornada noturna, mas aquele homem era diferente de todos os anteriores... “Com esse eu iria até de graça”, pensou. Enquanto isso, Paula, uma rica e famosa dama da sociedade, é desmascarada por seu noivo Evandro Linus, porém, não é somente a traição que ela oculta.  Alany, por sua vez, é amargurada, por isso, alimenta seu destrutivo desejo de vingança contra os membros da família Linus e, para alcançar seus objetivos, ajudará Diana em um plano que promete mudar a vida de cada pessoa nesta história."


David Cavalcante

quinta-feira, 20 de março de 2014

O PROTAGONISMO E O ANTI-HEROISMO VENANCIANO

O anti-heroísmo de Rafael Venâncio: humanidade
A Prostituta é a primeira obra do escritor Rafael Venâncio, esse romance cheio de polemicas tem sido palco de análises cuidadosas e comentários vorazes acerca da construção da trama e das personalidades dos personagens que compõem a história. Mas, é exatamente, o papel principal que tem deixado os críticos confusos quanto a quem seria (m) o (s) verdadeiro (s) protagonista (s) porque, em um romance comum, seria natural percebermos, logo de início, os mocinhos e vilões visto que suas atitudes refletem seu caráter e função. Rafael Venâncio, porém, nunca foi adepto de histórias de teor universal, para ele, a obviedade desestimula o leitor ou telespectador a acompanhar o enredo. “Penso que o segredo é alterar a função: misturar mal com o bem e bem com o mal e vê o que é que dá”, afirma o autor, sorrindo, pois é um declarado apaixonado pelo anti-heroísmo. “Esses personagens tornam qualquer trama, no mínimo, interessante”. Neste aspecto, A Prostituta, torna-se referência no quesito: seus personagens transitam, constantemente, entre o bem e o mal e grande parte deles possuem momentos de destaques na trama, dificultando a identificação do (s) protagonista (s).
O anti heroísmo de venanciano difere-se por apresentar personagens capazes de qualquer coisa para conseguir o que querem, sem sequer pararem para pensar nas consequências. “Eles não são, exatamente, bons ou maus, acredito que sejam humanos, e como a maioria de nós, impulsivos, ou seja, tomam atitudes que se arrependerão depois”, Rafael elucida, acreditando que, em situações da vida real, somos todos anti heróis da história de nossas próprias vidas. Por isso, o anti heroísmo venanciano, também, pode ser chamado de humanidade.
Prefaciadora Monick: depende do leitor
Com relação ao protagonismo Monick Fernandes de Oliveira, ao comentar sobre o conteúdo da trama, assevera: “O livro trata da fascinante história de três prostitutas; um homem traído; e uma mulher abandonada no altar”, ou seja, na concepção da comentarista, a obra narra as entrelaçadas histórias das prostitutas Janys, Paula e Alany; ao mesmo tempo que cobre a trama de Evandro Linus, o homem traído por sua noiva e nos comove com o drama de Diana Claire, a mulher abandonada no altar. A partir desta premissa de um pequeno prefácio percebemos que o autor cria uma armadilha para o leitor, levando-o a uma narrativa que, a semelhança de uma telenovela, tem tramas paralelas que se unem e reúnem em dado momento da história, como o escritor Washington Rocha frisou no prefácio da primeira edição do livro: “Rafael Venâncio não é pseudônimo. É um jovem santa-ritense que estreia na literatura com uma novela-folhetim estilo Suzana Flag, no capricho: ‘A Prostituta’”. Desta forma, descobrimos que Paula é a mulher que traiu Evandro com o irmão mais novo dele, Ricardo Linus, e que no passado o induziu a abandonar Diana Claire, no dia do casamento, perante o altar. E logo nas primeiras páginas, fica evidente que Janys é detentora de um segredo que acabará com a vida da Paula se for revelado, simultaneamente, Alany Menezes é outra prostituta, movida por um desejo de vingança contra o Evandro e toda a família dele  que é contratada pela Diana Claire para ajudá-la a elaborar um plano o suficientemente bom para que a ex noiva traída possa se casar com o Evandro.
Os personagens tem momentos de destaques

Rafael Venâncio caprichou na formação da trama e ocultara bem os papeis, fazendo com que a interação com o leitor fosse a protagonista, bem como, a capacidade interpretativa do mesmo se torna sua grande aliada. “O que mais eu gosto, quando leitor, é ser enganado”, Rafael revela, “começar a ler uma história acreditando que aquele personagem é uma coisa, quando, à medida que a trama se desenvolve, ele é outra, completamente diferente do que pensei”.
Monick, entretanto, exime-se da responsabilidade para identificar os papeis principais, transferindo-as para o leitor: ele terá de “descobrir quem realmente é a prostituta, onde se encontra o vilão e quem é o mocinho!” De fato, ela está certa, somente o leitor, seja qual for seu grau de instrução, pode fazer desaparecer as incógnitas existentes nesta em A Prostituta.







sábado, 1 de fevereiro de 2014

AMOR A VIDA TERMINA O CICLO SURPREENDENDO E EMOCIONANDO

Avenida Brasil mudou o conceito de novela
Quando Avenida Brasil teve seu capitulo 179 exibido no dia o 19 de outubro de 2012, o público ficou à mercê da experiente Gloria Perez, porém, após o estrondoso sucesso de João Emanuel Carneiro (nisso, pode-se afirmar que Avenida Brasil dividiu a teledramaturgia em antes e depois dela), a  coletividade não se conformava mais com o típico enredo e obviedade da autora e o resultado foi quase imediato: absolutamente ninguém gostou da trama e de suas ilógicas representações, o que fez com que a novela fosse constantemente criticada e satirizada.
Expectativa sobre o vilão Felix: ser ele a nova Carminha
Amor à Vida, entretanto, foi anunciada em uma hora em que todos estavam esperando para novamente se prenderem ao horário nobre, e não era por menos pois, apesar de seu enredo principal ser insosso, o anuncio de um vilão gay, debochado e elegante fez com que se pensasse que ele seria a nova Carminha da TV brasileira. Walcyr Carrasco tinha, então, um público avido e ansioso para acompanhar as peripécias de Félix Khoury. Os capítulos iniciais demostraram agilidade e criavam expectativa nos telespectadores que simpatizaram, e muito, com o antagonista homossexual no horário nobre.
Mocinha egocêntrica e herói machista

Mas, com o decorrer de algumas semanas, se foi percebendo que alguns erros do autor (que muito provavelmente não notou no momento em que escrevia) comprometeriam a qualidade de sua produção que marcava sua estreia como novelista do horário das 21:00hs: a grande quantidade de atores que compunham o elenco de Amor à Vida chegava a aproximadamente 90 profissionais, e isso somado a tramas paralelas que, em escala maior de erro, nada tinham a ver com a trama principal. E, se ainda fosse só isso, era fácil de contornar, contudo os problemas atingiram até mesmo o núcleo principal: a heroína, Paloma (carinhosamente apelidada pelo público de Pamonha), o que tinha de tonta, redobrava em egocentrismo; o simpático Felix já irritava com tanto sal que ele dizia, provavelmente, ter botado na Santa Ceia; o mocinho Bruno era tão enjoado, machista e chato quanto sua paixão nada convincente pela protagonista e aquele tal de Ninho, bem... sei lá, tinha um cabelo horroroso (é melhor nem citar cabelo para não lembrarmos das madeixas de Marina Rui Barbosa e sua morte causada de desgosto e não por um câncer com mais de 90% de chances de cura).  
A bipolaridade de Amarilys: nova função
De fato, logo a audiência de Amor à Vida caiu consideravelmente, e o autor teve que alterar mais de 70% do enredo original, retirando funções de um personagem, pondo em outro, recolocando aqui e ali, suspendendo outros e o resultado foi uma bipolaridade nunca vista na história das novelas. Como exemplo disso temos a personagem da Danielle Winits que se vilanizou para ter o que fazer, já que ser somente ouvinte da Paloma era por demasiado cruel (a protagonista não falava de outra coisa que não fosse de si e sua relação com o Bruno e a Paulinha). Ninho foi o que mais sofreu alterações de personalidade (os detalhes deixo para os colegas do Coisas de Novela, que, aliás, acompanho todos os dias, parabéns a todos que fazem parte desse divertido blog!), mas foi perdendo todo o espaço (que nem mesmo tinha) a cada capítulo.
Propaganda de livro na novela: ridicula

As merchandising sociais, constantemente inseridas na história através de diálogos toscos encabeçados pelo doutor Lutero e companhia, só tornavam a trama cansativa, mas Wacyr Carrasco superou a si mesmo, no quesito ”Novela Politicamente Correta,” quando começou a fazer a promoção de livros sempre recomendados pelo próprios personagens que, volta e meia, estavam com uma obra diferente a cada capítulo, chegando ao ponto de constranger-nos:  em uma discussão Bruno recomenda a sua filha um exemplar que a faria comportar-se bem!

Amor à Vida, para total desprazer de quem odiava a música cantada por Daniel na abertura, foi esticada por mais três meses, totalizando 221 capítulos, para que Em Família, de Manuel Carlos, pudesse ser gravada e desenvolvida com maestria (uma fatalidade havia ocorrido na vida do autor), por causa disso, a história de Carrasco girou em torno de si mesma, tornando-se chata, desinteressante e patética. No fim das contas o que interessava mesmo eram os acontecimentos no interior da mansão da família Khoury, cujo patriarca era o rígido doutor Cesar, presidente do Hospital San Magno (e, para ser bem sincero, nem mesmo a vida de Paloma e seus dramas egoístas prendiam a atenção), um homem que por diversas vezes traiu sua esposa Pilar (interpretada pela Suzana Vieira) com algumas mulheres durante sua vida de casado. 
Aline usando sua calcinha em seu plano de vingança
Aline, uma mulher fria e calculista, arquitetou uma vingança (digna de uma jumenta) contra Cesar em que incluía “tirar a calcinha” (créditos para o Coisas de Novela) e transar com ele durante 190 capítulos seguidos! E depois de tanto tempo, cegá-lo de amor (literalmente), deixa-lo mais burro que uma porta, roubar todo o seu dinheiro e matá-lo (parabéns, Aline, você merece o prêmio de vingadora mais idiota da teledramaturgia, se tivesse me procurado eu teria te recomendado, só para começar, a série Revenge para você aprender o que é vingança de verdade).
Entretanto foi nos 45 minutos do fim do segundo tempo que Amor à Vida surpreendeu e emocionou: a grande revelação sobre o sequestro de Paulinha, a culpabilidade do Felix e posterior redenção reconquistaram o público, fazendo com que o mesmo acompanhasse até o último momento o fim daquele que foi vilão e tornou-se o mocinho mais querido da novela, ofuscando um casal chato, enjoado e egocêntrico.
Felix: de vilão à mocinho mais querido do publico





quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Recomendação de Leitura - 2

“Desejos e Mentiras” é um romance direcionado para você que ama mistérios, reviravoltas e personagens cativantes. Escrito por Jasmine Cresswell, a trama narra a historia da família Campbell que sofre com o desaparecimento e provável morte de Claire, vitima de um incêndio criminoso, ocorrido há sete anos. Durante este tempo, farsantes tentam roubar a herança da filha de Andrew, entre elas, Dianna Mason, uma mulher dissimulada, disposta a tudo para impedir a ascensão política do pai de Claire.

sábado, 18 de janeiro de 2014

DR. LECTER CONVIDA O PÚBLICO A ENTREGAR-SE À LOUCURA

Hannibal Lecter.

Psiquiatra renomado;
Apreciador de música clássica, artes plásticas e ávido leitor;
Exímio culinarista;
Amigo de confiança;
canibal psicopata.



Algumas das características do famoso Hannibal, por todos admirado e respeitado... ou pelo menos essa é a opinião dos que conheceram Lecter e permaneceram vivos.

Porém, suas vítimas não diriam a mesma coisa.












Em 2013, a NBC estreou a série “Hannibal”, baseada nas obras de Thomas Harris sobre o doutor canibal mais famoso da literatura norte-americana. Apesar da baixa audiência nos EUA, o show apresenta-se com uma qualidade altíssima de roteiro, adaptação, fotografia, trilha sonora e atuação.
Os produtores da série foram bastante corajosos em fazer uma releitura dos clássicos filmes dirigidos por Ridley Scott, Brett Ratner, Jonathan Demme, onde o doutor é interpretado pelo vencedor do Oscar de Melhor Ator Sir Anthony Hopkins (The Silence of the Lambs), o que já por si só é um feito e tanto, uma vez que aventurar-se na área do remake é algo perigoso: ou se cai na cópia, ou desrespeita todo o trabalho anterior a ponto de torná-lo irreconhecível (vide Hannibal: A Origem do Mal.)


A Origem do Mal destrói a psicopatia do personagem, uma vez que para ser um psicopata, é necessária a ausência de sentimentos ou qualquer tipo de vínculo emocional que o faça fraquejar. Em outras palavras, um psicopata não se TORNA um psicopata, ele o é por natureza. Só isso basta para dizer que Hannibal Rising retirou a essência do doutor, já que o vemos motivado por desejos vingativos por causa de sua irmãzinha de cabelos dourados. Thomas Harris tentou encontrar motivos para explicar as atitudes e assim justificar Hannibal, dando-nos a origem de todos os males que cercam a vida adulta de Lecter, falhando miseravelmente. Aliás, traindo-se miseravelmente (já que as obras literárias foram escritas por ele). Preciso destacar a péssima atuação de Gaspard Ulliel como o jovem Hannibal, atribuindo-a o adjetivo de pavorosa. Ou melhor... nem precisa-se destacar, é visível.

A série da NBC possui ganchos com os filmes clássicos, capazes de encher os olhos dos telespectadores mais atentos com análises psicológicas, diálogos bem construídos e recorrentes, marcando a personalidade dos personagens, nos fazendo acreditar que eles realmente existiram e possuem aquelas opiniões acerca da filosofia, teologia e da ciência.


É interessante notar que não presenciamos, inicialmente, o doutor Lecter assassinando e alimentando-se de carne humana, para efeito do telespectador simpatizar com o homem que é, aos poucos, construído nas telas. A relação de Will Graham com o psiquiatra e amigo também é construída aos poucos, baseando-se primeiramente em algo profissional, até que vemos que, afinal, eles são deveras parecidos e ao mesmo tempo possuem conceitos distintos no modo de agir e pensar. Como no filme Red Dragon, em que há uma cumplicidade entre os personagens na resolução dos casos criminais, vemos essa recorrência na série, onde Lecter (como psiquiatra e conselheiro) participa ativamente das investigações ao mesmo tempo que faz isso, está por trás dos principais eventos que movem a história.
O telespectador, entretanto, é o único que sabe das atrocidades cometidas pelo irrepreensível profissional, isso acaba tornando-o cúmplice e testemunha ocular dos fatos, porém, com a diferença, de que ele não pode se manifestar contra nem a favor do criminoso.

Por essas razões todos deveriam aceitar o convite e entregar-se à loucura proposta pela trama.